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  • OS SETE MERGULHOS DE NAAMÃ

    17/03/2009 por Marcia

    II Reis 5:1-14

    Introdução

    Herói da guerra, porém, leproso. Esta era a triste realidade de Naamã. Mas, o que era a lepra para que pudesse ofuscar o brilho de alguém tão importante? A lepra é uma doença na pele do homem, que o torna insensível ao tato e à dor. Metaforicamente falando, a lepra representa o pecado, por ser doença repugnante e contagiosa. Assim como a lepra torna a carne do homem insensível ao gelo e ao fogo, o pecado torna o seu coração insensível a presença ou a ausência de Deus. Como todos os seres humanos, o siro Naamã sofria de diferentes tipos de lepra. Nesta analogia, identificaremos as espécies de lepra, das quais Naamã sofria e o seu processo de purificação

    1- O mergulho da humildade - “Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era grande homem diante do seu senhor e de muito conceito, porque por ele o SENHOR dera vitória à Síria; era ele herói da guerra, porém leproso.” (II Reis 5:1)

    Note as qualidades atribuídas a esse siro Naamã: Ele era grande, diante do seu senhor, era um homem de muito conceito, era herói na guerra e um comandante bem sucedido. Naamã não conhecia a Deus, mas Deus o conhecia e lhe dava grandes vitórias. Por meio das muitas conquistas, o Senhor fez dele um homem muito respeitado. Porém, ele pensava que o seu sucesso, fosse apenas, fruto da sua capacidade militar. Diz-se, que a lepra do orgulho, é como o mau hálito, quem tem, não sabe que tem. Mas Naamã a tinha e teria que dar o mergulho da humildade, para purificar-se dela.

    2- O mergulho da obediência - “Saíram tropas da Síria, e da terra de Israel levaram cativa uma menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã. Disse ela à sua senhora: Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra. Então, foi Naamã e disse ao seu senhor: Assim e assim falou a jovem que é da terra de Israel.” (II Reis 5:2-4)

    Quando Naamã tomou conhecimento do que a garota dissera a respeito de Elizeu, logo procurou o rei da Síria, a fim de obter uma carta de recomendação, para ir ao rei de Israel buscar sua cura. Observe que a orientação de Deus para Naamã, por meio do testemunho da menina, não foi que buscasse a ajuda do rei da Síria, mas, que estivesse diante do profeta, que estava em Samaria, a fim de que ele o curasse de sua lepra. Naamã foi rebelde a orientação que Deus lhe dera. Sua confiança nos status humanos, lhe fez pensar, que não precisasse de mais nada. Naamã julgou que sua alta posição de comandante do exército da Síria, facilitaria as coisas. Mas, ele precisava saber que Deus não faz acepção de pessoas. E que em todos os lugares, os homens precisam arrepender-se de seus pecados para serem salvos. Naamã necessitava mergulhar no rio da obediência a Deus, para ser livre da lepra da rebeldia.

    3- O mergulho da graça - “Respondeu o rei da Síria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel. Ele partiu e levou consigo dez talentos de prata, seis mil siclos de ouro e dez vestes festivais.” (II Reis 5:5)

    Naamã partiu para à terra de Israel, levando consigo uma grande quantidade de ouro e prata. Ele julgou, equivocadamente, que pudesse pagar sua cura com as riquezas deste mundo. Naamã era aquele tipo de pessoa auto-suficiente, que não gosta de ficar devendo nada a ninguém. Geralmente quem age assim, se torna ingrato, pois, pensa que pelo fato de recompensar com bens materiais, algum favor recebido, não é devedor de ninguém. Porém, ele não sabia que todos os benefícios que recebemos de Deus, provêm de sua maravilhosa graça, nunca de merecimento próprio; portanto, são impagáveis. Por isso, antes de receber a cura da lepra física, Naamã, teria que dar um mergulho no rio da graça de Deus, para ser purificado, da lepra da alto-suficiência.

    4- O mergulho na vontade de Deus - “Levou também ao rei de Israel a carta, que dizia: Logo, em chegando a ti esta carta, saberás que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o cures da sua lepra. Tendo lido o rei de Israel a carta, rasgou as suas vestes e disse: Acaso, sou Deus com poder de tirar a vida ou dá-la, para que este envie a mim um homem para eu curá-lo de sua lepra? Notai, pois, e vede que procura um pretexto para romper comigo.”(II Reis 5:6,7)

    Uma outra atitude, equivocada, de Naamã foi julgar que o profeta de Deus, operava milagres em obediência ao rei de Israel, um mero mortal, como se o poder divino estivesse sujeito ao controle da vontade humana. Sua falta de conhecimento da proeminência de Deus, adicionada à sua ignorância espiritual, o fez pensar, que o rei de Israel tinha autoridade, para determinar, quem o profeta poderia curar, ou deixar de curar. Naamã não conhecia a vontade de Deus, nem o caminho que Deus usa para manifestar sua bondade aos filhos dos homens. Ele não sabia que o nosso Deus está no céu e que tudo faz como lhe apraz. Suas riquezas materiais, suas patentes militares e sua fama na guerra, não poderiam lhe dar acesso à Deus. Somente, um mergulho no conhecimento da vontade de Deus, poderia limpá-lo da lepra da ignorância, e deixa-lo mais perto da cura.

    5- O mergulho da paciência - “Ouvindo, porém, Eliseu, homem de Deus, que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel. Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e os seus carros e parou à porta da casa de Eliseu. Então, Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será restaurada, e ficarás limpo.” (II Reis 5:8-10)

    Geralmente, as pessoas que exercem autoridade na vida secular, estão acostumadas a terem os seus pedidos atendidos de pronto, por aqueles que o servem. Naamã era uma pessoa assim; intolerante e exigente, que queria ver os seus desejos sempre realizados imediatamente. Mas agora, Deus estava tratando disso. No palácio, as coisas não saíram como imaginara. Na casa de Elizeu também não. Essa aparente indiferença do profeta, para com Naamã, fazia parte da estratégia divina, para remover da alma daquele sírio, a lepra da intolerância. Pois, antes de curá-lo da lepra física, ele precisava ser purificado desta lepra emocional. Para isso ele teria que dar o mergulho no rio da paciência de Deus.

    6- O mergulho do altruísmo - “Naamã, porém, muito se indignou e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a ter comigo, pôr-se-ia de pé, invocaria o nome do SENHOR, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra e restauraria o leproso. Não são, porventura, Abana e Farfar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não poderia eu lavar-me neles e ficar limpo? E voltou-se e se foi com indignação.” (II Reis 5:11,12)

    A pessoa egoísta quer ser sempre o centro das atenções. Tal pessoa pensa, que o universo inteiro, tem que girar somente em função dela. Quando isso não acontece, seu egoísmo se manifesta em forma de indignação. Por se tratar de um homem bem sucedido na vida militar, Naamã, julgou que seria recebido pelo profeta Elizeu com grandes honrarias. Ele esperava que Elizeu viesse pessoalmente recebê-lo, e que numa oração cheia de fervor, o profeta exaltasse suas qualidades diante de Deus, para que fosse curado. Porém, para o seu desapontamento, foi recebido por um criado, que lhe disse apenas, para mergulhar sete vezes no Jordão e ficar limpo da lepra. Quando o egoísta não é atendido como julga que deveria ser, geralmente, tem um acesso de ira. Foi isso que aconteceu com Naamã, quando percebeu que o profeta não lhe deu a atenção que desejava ter, retirou-se indignado. Com objetivo de purificar-se da lepra do egoísmo, Naamã teria que mergulhar no rio cristalino do amor de Deus 7- O mergulho da fé - “Então, se chegaram a ele os seus oficiais e lhe disseram: Meu pai, se te houvesse dito o profeta alguma coisa difícil, acaso, não a farias? Quanto mais, já que apenas te disse: Lava-te e ficarás limpo. Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, consoante a palavra do homem de Deus; e a sua carne se tornou como a carne de uma criança, e ficou limpo.” (II Reis 5:13,14)

    Todas estas situações que analisamos anteriormente revelam que Naamã tinha um complexo de superioridade. Ele sentia-se mais importante do que as outras pessoas, pensava que os rios de sua terra fossem os melhores rios do planeta, e que o seu rei fosse o maior rei da terra. Ele se julgava merecedor da atenção de todos, até mesmo de Deus. Porém, cada incidente, serviu para fazê-lo compreender: a) quão soberbo era, a despeito da humilhante condição de leproso; b) quão rebelde era, apesar de sua aparente submissão ao rei. c) quão pobre era, apesar de suas expressivas riquezas materiais; d) quão necessitado era, apesar de sua alta posição de comandante do exército da Síria; e) quão indigno era, apesar de ser um respeitável herói da guerra; f) quão intolerante era, apesar de haver esperado tanto tempo pela cura; g) quão incrédulo era, apesar do seu imenso desejo de ser limpo da lepra.

    Quando finalmente, ele reconheceu sua miserável condição de leproso espiritual; arrependeu-se de seus pecados e humilhou-se debaixo da mão potente de Deus. Pode dar o mergulho da fé, mesmo nas águas turvas do Jordão, e ser instantaneamente curado da lepra, que já o afligia há tantos anos, e assim, ver sua pele limpa como a pele de uma criança.

    Conclusão

    Na bíblia, a lepra tipifica o pecado. Assim como essa enfermidade, pouco a pouco, vai deformando a carne da pessoa, tal sucede com o pecado, em relação ao caráter da mesma. Naamã estava tão preocupado com a lepra física, que não percebeu as horrendas manchas da lepra espiritual, que cobria seu caráter. Meu amado, necessitamos olhar atentamente, através do espelho espiritual, que é a palavra de Deus, a fim de verificar, se não há nem uma mancha de lepra corroendo também o nosso caráter.