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  • Estudo dos 500 Anos da Reforma Protestante - Soli Deo Gloria

    08/10/2017 por

    Soli Deo gloria

    Soli Deo gloria

    A glória de Deus em oposição à nulidade dos ídolos Texto Básico: Êxodo 20.1-6

    Introdução Soli Deo gloria, foi uma das bandeiras levantada pelos reformadores em defesa dos dois primeiros mandamentos, para combater a teologia romana da Idade Média, isto é, contra a veneração aos santos, às relíquias e aos padroeiros. Somente Deus é digno de glória.

    Mesmo reconhecendo que os irmãos do passado se destacaram, como exemplos de dedicação a Deus, a teologia reformada, insiste em afirmar que somente Deus deve ser adorado.

    Jamais, em tempo algum, Deus divide a glória dEle com ninguém! Apesar que temos visto formas evangélicas de idolatrias, fabricação de deuses, uma verdadeira adoração de pessoas e denominações. Quando conhecemos a Verdade, a Verdade nos liberta e assim aprendemos a nos posicionar diante de tantas mentiras e heresias, com sabedoria e firmeza.

    I. O Deus único, sim; imagens, não! Nesta lição, veremos que Soli Deo gloria (glória somente a Deus), é uma outra importante bandeira alçada pela Reforma Protestante.

    Aqui, os reformados reafirmam a verdade bíblica, de que somente Deus merece a total adoração, de acordo com o ensinamento da Sua Palavra, pois Ele é o Único Deus, vivo e verdadeiro de acordo com a Escritura.

    A adoração do Deus de Israel, não poderá ser feita, em hipótese alguma, na forma de qualquer criatura, sejam anjos, santos e relíquias.

    Não iremos desconsiderar aqui, aqueles irmãos piedosos do passado, que eram respeitosos, honrados por sua fé e fiéis ao Senhor. A Escritura não se opõe a isso (Lc 1.48; Mc 14.9). Ainda assim, esses irmãos piedosos do passado jamais devem ser adorados ao lado ou no lugar do Senhor. Na prática católica romana, a adoração aos santos, faz parte da vida devocional diária, através dos templos, capelas, altares, missas, festas e dádivas que são oferecidas a eles, bem como com orações, juramentos e votos. Os fiéis da igreja Católica, fazem aos santos orações como intercessores, protetores do mal e concessores de bênçãos. O que diz a Escritura sobre cada uma dessas atividades atribuídas aos santos? • Intercessão Jesus Cristo é o único intercessor perante Deus (Rm 8.33-34). O livro de Hebreus diz que “por isso, [Cristo] também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.25). A Bíblia é clara ao afirmar que “há um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”. Não há nenhuma base bíblica que autoriza a intercessão dos santos pelos homens diante de Deus.

    • Proteção contra o mal A Palavra de Deus, diz que o próprio Jesus nos ensinou a orar: “Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” (Mt 6.13). Quem pode nos livrar do mal, é o próprio Deus. Deus permitiu que Jó fosse tocado em sua prosperidade, em sua família e fosse afligido do alto da cabeça à sola dos pés (Jó 1.12; 2.6) e foi Deus que fechou a boca dos leões contra Daniel (Dn 6.22). Deus é poderoso para nos livrar de todo mal, segundo a sua vontade, e é ele quem pode permitir que o mal nos alcance, para sua glória e nosso benefício final e eterno.

    • Concessão de bênçãos Conforme a Igreja Católica Romana, os santos são mediadores entre os homens e Deus e, podendo obter benefícios temporais e espirituais para nós não somente por suas orações, mas também por seus méritos. São considerados puros, por isso merecem ter seus pedidos atendidos por Deus. A Escritura afirma que é Deus “quem a todos dá vida, respiração e tudo mais” (At 17.25). É Deus quem faz vir a chuva “sobre justos e injustos” (Mt 5.45). O salmo 104 é um longo louvor a Deus por ser o Criador e o Sustentador de tudo o que existe. Quem concede bênçãos é Deus, não há outro que possa fazê-lo. Os ensinamentos da Palavra de Deus, são a base da doutrina reformada de que somente Deus deve ser adorado. Alguns teólogos católicos romanos tentam se livrar do peso da doutrina reformada alegando haver uma distinção entre as palavras gregas latreia e douleia. Segundo eles, o termo latreia significa a adoração que deve ser dada somente a Deus. A veneração aos santos é descrita como douleia, por isso, segundo eles, a adoração, veneração e invocação de santos não pode ser considerada idolatria. Sobre isso, precisa ser dito que a Escritura não reconhece a distinção católica romana entre latreia e douleia, mas reivindica adoração somente a Deus. No Novo Testamento, a palavra grega latreia só é usada como referência à adoração a Deus. No entanto, a palavra douleia também é usada nesse mesmo sentido (Mt 6.24 – servir; Rm 12.11 – servindo ao Senhor; 1Ts 1.9 – servirdes o Deus vivo). Portanto, essa distinção feita pelos teólogos católicos romanos não tem apoio na Escritura. Resumindo, toda adoração ou invocação religiosa dirigida a qualquer ser que não a Deus é uma adoração idólatra (Rm 1.25).

    II. Ao Deus único, sim; às relíquias e os padroeiros, não! Relíquias são objetos de adoração, pertencentes ou supostamente pertencentes a cristãos piedosos do passado que, no decorrer do tempo, foram canonizados. São fiapos de roupas, retalhos de mantos, pedaços de unhas e dentes, fios de cabelo, ossos e vários outros objetos e pedaços do corpo. Em conformidade com a Escritura Sagrada, a teologia reformada considera esse tipo de adoração como uma superstição religiosa, sem nenhum fundamento bíblico. No governo do imperador Constantino, começou a ocorrer a exumação de cadáveres de cristãos piedosos para que fossem enterrados em lugares mais vistosos. Constantino queria que as solenidades das religiões pagãs fossem assimiladas pelo cristianismo para tornar a religião cristã mais aceitável aos pagãos. Os cristãos passaram a vê-los como protetores do país ou cidade para os quais os corpos eram levados. Foi daí que surgiu a ideia de “santos padroeiros”, que passaram a ser invocados e adorados. A Palavra de Deus, não só condena a invocação e a adoração de qualquer criatura em lugar de Deus, como também não confere de nenhum “padroeiro” em qualquer região ou local. Ela relata, porém, o sepultamento de crentes piedosos e a ação de Deus por meio desses irmãos. Por exemplo, Jacó e José pediram que seus corpos fossem levados do Egito para a terra prometida, mas não há registro de que seus corpos tenham sido adorados ou colocados no templo, nem carregados em procissões, nem colocados em altares. Eles queriam que seus restos mortais fossem depositados na terra que Deus havia prometido dar aos descendentes de Abraão. Há, no Antigo Testamento, o relato de que certo homem, ao ser sepultado, foi jogado às pressas sobre os ossos de Eliseu e, ao tocá-los, ressuscitou (2 Reis 13:21). Aqueles que creem no poder das relíquias, eventualmente, usam este acontecimento em defesa de sua crença, mas o fato é que nem antes nem depois do milagre os ossos de Eliseu foram adorados nem seu túmulo foi transformado em centro de peregrinação religiosa. No Novo Testamento, há o relato de que a simples colocação de um enfermo sob a sombra de Pedro foi suficiente para que ele fosse curado (At 5.15-16). Não há, porém, um só indício na Escritura de que Pedro tenha aceitado adoração ou tenha assumido o papel de Mediador da nova aliança. Há um relato semelhante sobre Paulo (At 19.12). Paulo, mostra claramente que a criatura não deve ser adorada em lugar do Criador. Em Romanos 1.25, o exemplo é visto quando Paulo claramente rejeita a adoração que os habitantes de Listra queriam prestar a ele depois da cura de um coxo (At 14.8-18). A Escritura também proíbe a adoração de Deus por meio de qualquer representação (Dt 5.8-9), que são chamadas de ídolos. Por exemplo, o bezerro de ouro (At 7.41), com o ídolo de Mica (Jz 17.3-4) e com os ídolos de Jeroboão (1Rs 12.28). Portanto, quando uma pessoa diz que, curvando-se a uma imagem ou dirigindo a ela orações, está, na verdade, curvando-se diante de Deus e dirigindo suas orações a ele, essa pessoa está relatando uma prática totalmente estranha à Escritura. Há quem tente usar os querubins que ficavam sobre a arca da aliança e a serpente de bronze como fundamento para o uso de imagens. No entanto, há que se observar que nem o querubim nem a serpente de bronze foram adorados. Deus, de fato, disse que falaria a Moisés do meio dos querubins (Êx 25.22), mas em nenhum lugar ele ordena que Moisés os adore. Aliás, eles ficavam fora da vista do povo, sobre a arca, no Santo dos Santos. A serpente de bronze, ela foi completamente destruída pelo piedoso rei Ezequias justamente porque os judeus começaram a adorá-la (2Rs 18.4). III. Não bebam desta água, nem sigam o falso herói Uma imensa multidão de fiéis tem sido atraída por pastores que agem como heróis religiosos, buscando para si mesmos uma atenção, cujo verdadeiro merecedor, deveria ser o Senhor Jesus, o único Salvador e Cabeça da igreja. Esses líderes se apresentam como revestidos de máxima autoridade espiritual, sempre prontos para solucionar problemas, curar enfermos, expulsar legiões de demônios, dar ordens e receber recompensas em nome de Cristo. Tais celebridades deixam em segundo plano a pessoa de Cristo, que é quem verdadeiramente soluciona, abençoa, cura, restaura, enfim, quem verdadeiramente age como Senhor da igreja e sumo sacerdote eterno. Uma coisa é o pastor ser fiel, ter um ministério abençoado e frutífero e levar a igreja a glorificar a Cristo, reconhecendo nele a fonte de todo o bem e de toda a vida. Outra coisa é o pastor apontar para si mesmo, ser “sabido” e “bom de bico” para arrastar multidões. Cristo é o dono da igreja e tudo o que se faz nela deve resultar em glórias somente a Cristo, a mais ninguém. Nesses grupos evangélicos, também ocorre o uso de “relíquias evangélicas”: o sangue da camisa do “apóstolo”, cajado de Moisés, canetas ungidas, copo de água em cima da tv, toalhinha santa, sal grosso, água do rio Jordão, lascas da arca de Noé, pregos da cruz, manto de Elias, etc. As relíquias modernas, são tentativas de atrair a atenção que só deveria ser dada a Cristo. Jesus Cristo, é o Único que cura e abençoa, não é a água barrenta do rio Jordão ou a água cristalina de uma fonte borbulhante; não é o sal grosso nem o sal refinado; não é o manto de Elias nem de Pedro; quem cura e abençoa, conforme a sua vontade soberana e benfazeja, é Jesus Cristo, o único Mediador da nova aliança, o único Salvador, o único Autor da vida.

    IV. O objetivo máximo de todas as coisas: A glória de Deus Deus não divide com ninguém a sua glória (Is 42.8) e em todos os acontecimentos, o Seu nome é glorificado: 1. Deus escolheu seu povo para sua glória (Ef 1.4-6; cf. v. 12 e 14); 2. nos criou para a sua glória (Is 43.6-7); 3. chamou Israel para a sua glória (Is 49.3; Jr 13.11). 4. Deus resgatou Israel do Egito para a sua glória (Sl 106.7-8); 5. levantou Faraó para mostrar seu próprio poder e glorificar seu próprio nome (Rm 9.17); 6. derrotou Faraó no Mar Vermelho para mostrar a sua glória (Êx 14.4,17-18). 7. Deus poupou Israel no deserto para a glória do seu nome; (Ez 20.14); 8. deu a Israel a vitória em Canaã para a glória do seu nome (2Sm 7.23); 9. não desamparou o seu povo para a glória do seu nome (1Sm 12.20-22). 10. Deus restaurou Israel do exílio para a glória do seu nome (Ez 36.22-23,32). 11. O Senhor Jesus buscou a glória de seu Pai em tudo o que fez (Jo 7.18); 12. ensinou-nos a fazer boas obras para glorificarmos a Deus (Mt 5.16; cf. 1Pe 2.12); 13. advertiu que não buscar a glória de Deus torna a fé impossível (Jo 5.44); 14. disse que responderia às orações para que Deus fosse glorificado (Jo 14.13); 15. suportou sofrimentos até o último momento para a glória de Deus (Jo 12. 27-28; Jo 17.1; cf. 13.31-32). 16. O Senhor ofereceu seu Filho para vindicar a glória da sua justiça (Rm 3.25-26); 17. perdoou nossos pecados por amor de si (Is 43.25); 18. Jesus recebe-nos em sua comunhão para a glória de Deus (Rm 15.7); 19. o ministério do Espírito Santo é glorificar o Filho de Deus (Jo 16.14); 20. Deus instrui-nos a fazer todas as coisas para a sua glória (1Co 10.31; cf. 6.20); 21. Deus instrui-nos a servir de maneira que ele seja glorificado (1Pe 4.11); 22. Jesus enche-nos com os frutos da justiça para a glória de Deus (Fp 1.9, 11). 23. Todos estão sob julgamento por desonrarem a glória de Deus (Rm 1.22-23; 3.23); 24. Jesus voltará para a glória de Deus (2Ts 1.9-10); 25. O desejo de Jesus é que na eternidade, o seu povo se alegre em sua companhia contemplando a sua glória (Jo 17.24). 26. Mesmo na ira, o propósito de Deus é fazer conhecida a riqueza da sua glória (Rm 9.22-23); 27. o plano de Deus é encher a terra com o conhecimento de sua glória (Hc 2.14). 28. Todas as coisas que acontecem redundam na glória de Deus (Rm 11.36). 29. Na Nova Jerusalém, a glória de Deus substitui o sol (Ap 21.23).

    Conclusão A adoração só é devida a Deus. Devemos sempre nos lembrar, de que a adoração é devida somente a Deus, não apenas quando somos convidados a agir de maneira equivocada à Palavra de Deus, nos curvando, prestando culto à imagens, ou às modernas “relíquias evangélicas” e a ter pelos líderes religiosos uma consideração muito maior do que lhes é devida. Somente Deus deve ser adorado. Somente Deus deve ser adorado, em espírito e em verdade.

    Textos para meditação: Êx 20.1-17 – O Dez Mandamentos Is 42.1-9 – A minha glória, não a dou a outrem Rm 11.33-36 – Dele, por ele e para ele Hb 7.23-25 – O nosso intercessor At 17.16-31 – É de Deus que recebemos bênçãos 1Co 10.31 – Tudo para a glória de Deus Hc 2.12-14 – A glória de Deus

    Compilado por Carlos Pires, em 06//10/2017.