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  • Estudo Bíblico Mensal “virtudes Cristãs” - Lição Nº 4: Discernimento

    18/08/2018 por

    Estudo nº 4: Discernimento

    Estudo Bíblico Mensal “Virtudes Cristãs”

    Quais são as virtudes que Deus valoriza?

    A razão mais forte para estudarmos as virtudes cristãs, é que Deus estabeleceu alguns padrões para nós, e um dos frutos de se conhecer a Deus é o fato de que ele paulatinamente nos transforma em um povo de virtudes.

    1 Coríntios 12.10 e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.

    DISCERNIMENTO

    O que é discernimento? Discernimento (substantivo masculino) 1.capacidade de compreender situações, de separar o certo do errado. "por falta de d., meteram-se em apuros" 2.capacidade de avaliar as coisas com bom senso e clareza; juízo, tino. "apesar de jovem, tem discernimento para gerir os negócios"

    Dos muitos “coitados” ou “ais” que aparecem na Bíblia, um deles diz respeito à dificuldade que o ser humano tem de chamar as coisas pelo nome certo: “Coitados dos que dizem que o certo está errado e o errado está certo; que dizem que o preto é branco e o branco é preto; que afirmam que o amargo é doce e o doce é amargo” (Isaías 5.20, Bíblia Viva). A complexidade é tal que Salomão, logo ao subir ao trono de Israel, pede ao Senhor que lhe ensine e escutar a sua voz o suficiente “para que prudentemente discirna entre o bem e o mal” (1 Reis 3:9 A teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque quem poderia julgar a este teu [tão] grande povo?).

    A DIFICULDADE DE DISCERNIMENTO O exercício do discernimento não é tarefa simples. É sempre difícil por razões óbvias. Primeiro, porque ”Enganoso [é] o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9). A pessoa é enganada por si mesma. Ela é, ao mesmo tempo, o agente e a vítima do equívoco. Daí a exortação de Tiago: “Não vos enganeis” (Tiago 1.16 Não erreis, meus amados irmãos.). Segundo, porque somos enganados pelo próximo, por aqueles que nos rodeiam. Eles escondem o que são e o que pretendem. Eles “alargam os seus filactérios e alongam as suas franjas” (mostrando-se acentuadamente religiosos sem o ser), eles coam o mosquito (em público) e deixam passar o camelo (em oculto), eles limpam o exterior do copo e do prato (e deixam o interior cheio de rapina e intemperança), como Jesus denunciou (Mateus 23.1-36). Terceiro, porque a nossa luta é contra “os dominadores deste mundo tenebroso” e “contra as forças espirituais do mal” (Efésios 6.12), que fazem costumeiro uso do engano e da mentira. Os espíritos malignos mentem, pois estão a serviço do “pai da mentira” (João 8.44). Satanás é o enganador-mor, aquele que tem o hábito de se transformar em anjo de luz (2 Coríntios 11.14).

    ÁREAS DE DISCERNIMENTO O campo do discernimento é enorme. A mistura de uma coisa e outra é tão histórica, tão comum, tão feia que a prática do discernimento precisa ser uma rotina cuidadosa. 1. É PRECISO DISCERNIR ENTRE O BEM E O MAL Nem sempre o mal parece mal, nem sempre o bem parece bem. Uma das tarefas dos sacerdotes na história do povo de Israel era ensinar-lhes a distinguir entre o santo e o profano, entre o imundo e o limpo (Ezequiel 44.23 E a meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano e o farão discernir entre o impuro e o puro.). Mas em época de decadência, até os sacerdotes tinham dificuldades de enxergar a diferença entre uma coisa e outra (Ezequiel 22.26 Os seus sacerdotes transgridem a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; entre o santo e o profano não fazem diferença, nem discernem o impuro do puro; e de meus sábados escondem os seus olhos, e [assim] sou profanado no meio deles.). 2. É PRECISO DISCERNIR ENTRE O FALSO E O VERDADEIRO O falso é falso. Não é verdadeiro. Mas sempre tem semelhança com o verdadeiro, para passar por verdadeiro. Aqui está uma área de muito risco: agarrar-se ao falso e deixar escapar o verdadeiro. Há uma porção de coisas falsas, desde falso testemunho (Êxodo 20.16 Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.) até espírito falso (1 Reis 22.20 E disse o SENHOR: Quem induzirá Acabe, a que suba e caia em Ramote-Gileade? E um dizia desta maneira, e outro, de outra. 21 Então, saiu um espírito, e se apresentou diante do SENHOR, e disse: Eu o induzirei. E o SENHOR lhe disse: Com quê? 22 E disse ele: Eu sairei e serei um espírito da mentira na boca de todos os seus profetas. E ele disse: Tu o induzirás e ainda prevalecerás; sai e faze assim. 23 Agora, pois, eis que o SENHOR pôs o espírito da mentira na boca de todos estes teus profetas, e o SENHOR falou mal contra ti.; 1 João 4.1 Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque [já] muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.). Entre um e outro, há notícias falsas (Êxodo 23.1 Não admitirás falso rumor e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa.), falsa acusação (Êxodo 23.7 De palavras de falsidade te afastarás e não matarás o inocente e o justo; porque não justificarei o ímpio.), falso juramento (Levítico 6.3 ou que achou o perdido, e o negar com falso juramento, ou fizer alguma [outra] coisa de todas em que o homem costuma pecar,), língua falsa (Provérbios 21.6 Trabalhar por [ajuntar] tesouro com língua falsa [é uma] vaidade, e aqueles que a isso são impelidos buscam a morte.), falsa pena (Jeremias 8.8 Como, pois, dizeis: Nós [somos] sábios, e a lei do SENHOR está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas.), visão falsa (Jeremias 14.14 E disse-me o SENHOR: Os profetas profetizam falsamente em meu nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, e adivinhação, e vaidade, e o engano do seu coração são o que eles vos profetizam.), falsos irmãos (2 Coríntios 11.26 em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da [minha] nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos;), falsos profetas (Mateus 7.15 Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores; Mateus 24.11 E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos.), falsos mestres (2 Pedro 2.1 E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.), falsos apóstolos (2 Coríntios 11.13 Porque tais falsos apóstolos [são] obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo.) e falsos cristãos (Mateus 24.24 porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.).

    3. É PRECISO DISCERNIR ENTRE A VONTADE PRÓPRIA E A VONTADE DE DEUS Nem sempre a vontade própria expressa a vontade de Deus. Muitas vezes uma é contrária à outra. Mas, para justificar-se e acalmar a consciência, é fácil chamar a vontade própria de vontade de Deus. José soube discernir perfeitamente a vontade própria , despertada pela sedução da mulher de Potifar, da vontade de Deus e realizou esta e não aquela (Gênesis 39.7-12). Talvez fosse da vontade própria de Davi vingar-se de Saul e tirar-lhe a vida, mas a vontade de Deus era outra (1 Samuel 24.1l-7). Quando não se faz a distinção entre a vontade pessoal e a vontade de Deus, a desobediência é certa.

    4. É PRECISO DISCERNIR ENTRE A FALTA ALHEIA E A FALTA PRÓPRIA Com muita facilidade e com muito risco, enxerga-se a falta alheia, enquanto a falta própria passa despercebida (Salmos 19.12 Quem pode entender os próprios erros? Expurga-me tu dos [que me são] ocultos.). Foi o que aconteceu com Davi quando ele foi confrontado por Natã. Com incrível rapidez, o salmista discerniu a injustiça do homem rico da parábola do profeta e nem passou por sua cabeça que a adura acusação se referia a ele próprio (2 Samuel 12.1-6). Judá, um dos filhos de Jacó, discerniu claramente o pecado de sua nora Tamar e chegou a condená-la à morte, mas não enxergou o seu próprio pecado, senão depois de acusado (Gênesis 38.12-26).

    5. É PRECISO DISCERNIR ENTRE OS ACONTECIMENTOS COMUNS E OS GRANDES ACONTECIMENTOS DE DEUS A destruição de Jerusalém aconteceu porque os judeus “não reconheceram a oportunidade da sua visitação” (Lucas 19.44 e te derribarão, a ti e a teus filhos [que] dentro de ti [estiverem,] e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação.). O Verbo que estava com Deus e era Deus, fez-se carne e “veio para o que era seu”, mas “os seus não o receberam” (João 1.11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.). Há dias especiais no calendário de Deus que devem ser conhecidos e distinguidos dos dias comuns. A importância daqueles dias é que eles são “o dia dos humildes começos” (Zacarias 4.10 Porque quem despreza o dia das coisas pequenas? Pois esse se alegrará, vendo o prumo na mão de Zorobabel; são os sete olhos do SENHOR, que discorrem por toda a terra.)

    6. É PRECISO DISCERNIR ENTRE O ESPÍRITO DA VERDADE E OS ESPÍRITOS DO ERRO Há pessoas movidas pelo Espírito Santo e também pessoas movidas por espíritos afastados de Deus. O apóstolo João afirma categoricamente: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora” (1 João 4.1). A descoberta do espírito maligno é tão complexa que um dos dons outorgados pelo Espírito Santo é o dom de “discernimento de espíritos” (1 Coríntios 12.10), que “capacita uma pessoa a julgar se alguém que fala em línguas ou opera milagres o faz pelo poder do Espírito Santo ou por um falso profeta” (Dicionário Ilustrado da Bíblia).

    O TRIGO E O JOIO A parábola do joio explica realisticamente o drama terrível da parecença (parecença substantivo feminino 1. qualidade de ser parecido; semelhança (de forma, fisionomia, caráter etc.) dos filhos do reino (o trigo) com os filhos do maligno (o joio). A semelhança entre um e outro é tão grande, pelo menos no início, que qualquer providência para separar um do outro antes da colheita é barrada pelo dono das terras. A grande lição de Jesus nesta surpreendente parábola é a esperança de que a presente situação confusa não vai continuar para sempre. Na época da colheita final, que coincide com o retorno de Jesus em poder de muita glória, o que é falso, o que é espúrio, o que foi introduzido na escuridão da noite no espaço e no tempo será definitivamente queimado no fogo (Mateus 13.24-30; 36.43). Então, só então, a prática do discernimento será desnecessária.

    CONCLUSÃO: 1. Na época de Isaías, algumas pessoas diziam que o certo estava errado e o errado estava certo, que o preto era branco e o branco era preto, que o amargo era doce e o doce era amargo (Isaías 5.20, BV). Você já chegou a fazer o mesmo? 2. Porque é muito fácil enxergar a falta alheia e não a falta própria? 3. Você sabe separar o trigo do joio? 4. Sua vontade própria sempre coincide com “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”?

    Compilado por Carlos Pires, em 03/08/2018.